Investimentos em sustentabilidade crescem no mundo todo
Por Valdirene Vieira
A preocupação com a questão ambiental tanto quando se trata do uso dos recursos naturais quanto no que se refere às relações entre os próprios seres humanos é cada vez maior. A preservação e melhoria das condições mínimas de existência da humanidade deixaram de ser uma discussão isolada de ambientalistas para fazer parte do cotidiano de governos, empresas, escolas e cidadãos.
Apesar de ainda se manter a tese de que as grandes empresas são as maiores responsáveis pela poluição do planeta, crescem, no mundo todo, ações com a finalidade de conscientizar as pessoas de que suas práticas de consumo são decisivas na preservação do meio ambiente e na garantia de sobrevivência das gerações futuras na Terra. No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, em 2007, um em cada três brasileiros percebe os impactos que suas ações de consumo têm na sociedade.
Mas para ser um consumidor consciente é preciso encontrar o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta de forma ambiental e socialmente correta. Posição que não é tão fácil de alcançar, pois o consumidor sustentável precisa ser sensível e estar ciente dos reflexos de suas ações para o coletivo, da necessidade de se levar uma vida mais simples com menos e melhor consumo e da capacidade de priorizar seu bem estar sem prejudicar o meio ambiente nem a sociedade. Simples ações do dia-a-dia levam a este modelo.
O conceito dos três R’ s - reduzir, reutilizar, reciclar
Na busca pela conscientização do consumidor, o conceito dos três “R’s” passou a servir de base para tanto para a educação da população quanto às práticas corretas de consumo.
Reduzir- Evitar o desperdício é fundamental para preservar os recursos naturais. Em média, cada dona de casa desperdiça por dia 20% de alimentos que ainda poderiam ser consumidos, o que causa um grande impacto na produção mundial e, consequentemente, na natureza e na economia de um país. Por estes e outros motivos é que é tão importante reduzir o consumo de materiais, alimentos, água e energia;
Reutilizar- Embalagens, roupas e papéis são exemplos de utensílios que podem e devem ser reaproveitados. Reutilizar produtos evita a compra de outros novos e o descarte dos usados, que além de elevar os gastos financeiros ainda impede atos de solidariedade que poderiam ser obtidos com a doação destes produtos para outras pessoas;
Reciclar – Destinar o lixo para a reciclagem é uma das alternativas de sustentabilidade. Os plásticos, por exemplo, são 100% recicláveis, mas, segundo a Plastivida, Instituto Sócio-Econômico dos plásticos, apenas 20% do lixo formado por este material, no Brasil, é destinado a este fim. Na Alemanha, maior destaque deste ranking, o índice é de 31%. As empresas de reciclagem estão crescendo ano a ano e apesar de ainda serem necessários mais investimentos na coleta seletiva, por exemplo, elas já incrementam o mercado financeiro mundial.

Muito se fala em economia como alternativa de sustentabilidade. Esta é mais uma crescente realidade que não se limita apenas à redução do consumo de alimentos, água, energia e outros produtos. Investidores do mundo todo optam cada vez por aplicar seu dinheiro em empresas que prezam por este viés de conscientização. Eles apostam no lucro em longo prazo e acreditam que as empresas sustentáveis tendem a estar mais preparadas para enfrentar riscos sociais, econômicos e ambientais.
No Brasil esta tendência também esta em alta. Para orientar os investidores, a Bovespa criou em 2005 o Índice de Sustentabilidade Social (ISE), um indicador das empresas sustentáveis brasileiras. Ele funciona como um selo de qualidade das empresas.
Também já existem varias campanhas para alertar o consumidor para o uso consciente do seu dinheiro. O Banco Itaú S/A, por exemplo, acaba de lançar o BIS- Banco de Idéias Sustentáveis, que visa estimular a conscientização dos colaboradores sobre a importância da sustentabilidade. A Mastercard Worldwide ensina e alerta os consumidores sobre a necessidade do uso correto dos cartões de crédito. Os grandes supermercados do país estimulam a economia do consumidor por meio da opção, por exemplo, pelas ecobags e pelos produtos de melhor qualidade.
Bons exemplos
Os investimentos que visam à sustentabilidade nunca são em vão. É claro que as empresas têm seus objetivos embutidos nas campanhas, mas os resultados da conscientização dos consumidores são positivos. Saber consumir corretamente é assunto freqüente em escolas, lares e conversas informais. Leia alguns depoimentos sobre o assunto:
“Busco me aperfeiçoar a cada dia para ser uma consumidora consciente porque já cheguei a conclusão de que gasto menos e consumo melhor quando penso antes de agir. O consumo consciente é um aprendizado que se obtém por meio de educação e comunicação.”

“Aprendi, por exemplo, que verificar os gastos de um produto antes de adquiri-lo faz bem para o bolso e para a natureza. Sem contar que contribuir para um mundo melhor é sempre bom, não serve só para as gerações futuras, mas também para mim”. Emiliano de Lima, técnico de aquecimento
“As economias e escolhas que faço com as compras aqui de casa melhoram o meu orçamento e ajudam a preservar a natureza”. - Vilma Vieira, dona de casa.
Seja um consumidor consciente também
- Planeje e controle seus gastos para evitar dívidas e compras desnecessárias;
- Nunca gaste mais do que ganha;
-Pague suas contas em dia. Assim evita juros e multas, além de outros transtornos;
- Não desperdice água: evite banhos demorados, torneira ligada enquanto escova os dentes, lavar calçadas frequentemente;
- Economize energia: opte por comprar produtos com o selo de eficiência energética, troque as lâmpadas fluorescentes pelas econômicas, não deixe luzes acessas desnecessariamente, tire os equipamentos das tomadas quando não estiverem em uso;- Pense em você e no meio ambiente todos os dias. Reflita sobre a interdependência de ambos. Transforme-se em um consumidor sustentável.
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