sexta-feira, 24 de abril de 2009

Em São Paulo, 19 km de ciclovias estão dentro de parques

Investimento público para criação de novas pistas tem datas de entrega em longo prazo

Por Edvânio Sousa

Pelas ruas e avenidas da cidade de São Paulo, andar de bicicleta é uma atividade pouco segura para muitos paulistanos. A falta de ciclovias é um dos fatores que mais contribui para isso. Segundo dados da pesquisa Ibope Nossa São Paulo, divulgada no final de 2007, a cidade possui 23,5 km de ciclovias – apenas 4,5 km fora de parques. Número insuficiente para atender as 370 mil pessoas que utilizam bicicletas como meio de transporte.

Dessa forma, a única saída para os ciclistas é se arriscar por entre carros e ônibus. Márcia Regina de Andrade Prado, 40, era uma delas, mas foi vítima de um grave acidente em janeiro desse ano. Ela pedalava na Avenida Paulista na faixa da direita, sentido Consolação, quando foi atropelada por um ônibus. No dia seguinte após o acidente ocorreu uma manifestação de outros ciclistas na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Revoltados, eles se reuniram para protestar exigindo condições adequadas para quem anda de bicicletas pela cidade.


Motorista e ciclista dividem o mesmo espaço nas ruas - Edvânio Sousa

As poucas ciclovias que existem, como a da Avenida Sumaré e a da Avenida Faria Lima, estão em péssimas condições de conservação, pois foram desativadas há dois anos. Porém já foram projetados 30 km de ciclovias na cidade, sendo um deles no Butantã, com 15 km, com previsão de entrega para 2010.

Pouco investimento e revolta


Para se ter uma idéia, as ciclovias paulistas estão em atraso em relação às outras cidades do Brasil e do mundo. No Rio de Janeiro e em Curitiba existem 150 km de ciclovias. A cidade de Nova York possui cerca de 180 km e pretende construir mais 120 até o final de 2009. Em Paris existem 300 km de ciclovias e na Holanda 34 km. Em Copenhague, na Dinamarca, 36% da população utilizam a bicicleta para ir ao trabalho.

Thiago Lages, 25, que costuma fazer o seu percurso diário pedalando - de casa até ao trabalho, depois até a faculdade - está indignado com a má conservação das únicas ciclovias existentes na cidade: “O melhor investimento seria a construção de mais ciclovias. Faria em 20 minutos o mesmo percurso em que levaria 45 se fosse de ônibus.”

Bicicletários

Para quem quer economizar dinheiro e também tempo, uma alternativa é ir de bike até algumas das estações de trem da CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - que disponibilizam 4.383 vagas em 14 bicicletários. Estão instalados em: Caieiras, Jandira, Itapevi, Pinheiros, Autódromo, Jurubatuba, Primavera-Interlagos, Grajaú, Mauá, Comendador Ermelino, Itaim Paulista, Jardim Helena/Vila Mara, Jardim Romano e USP Leste.

O serviço é gratuito e funciona todos os dias, das 06h às 21h. Antes o usuário deverá fazer um cadastro no local, munido de CPF e RG, depois é só retirar uma senha. É preciso levar uma corrente e um cadeado para guardar a bicicleta. Para menores de 12 anos só é permitido com o acompanhamento do responsável.Já no Metrô, as estações que contam com bicicletários são: Liberdade, Santana, Vila Madalena, Brás, Palmeiras-Barra Funda, Santa Cecília, Sé, Carrão, Corinthians-Itaquera, Guilhermina-Esperança, Anhangabaú, Armênia, Vila Mariana, Paraíso e Marechal Deodoro.





Divulgação do serviço de bicicletários na Estação Pinheiros

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