Computadores, celulares e televisores, após descarte, são misturados em meio ao lixo comum
Por Sabrina Marques
O avanço tecnológico provocou um enorme problema ambiental: o lixo eletrônico. Diversos aparelhos a cada dia têm surgido com novos designs e programas, mas rapidamente caem em desuso e grande parte dos consumidores não sabe como descartar os equipamentos e acabam despachando com outros resíduos.
Mundialmente, são produzidos pela humanidade cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, o que corresponde a 5% de todo o lixo gerado pelas pessoas. Só no Brasil a previsão de venda de computadores para o ano que vem é de dez milhões de unidades.
Mas o que pouca gente sabe é que as empresas que vendem aparelhos tecnológicos têm responsabilidade sobre os produtos que colocam no mercado e tem obrigação de receber esses equipamentos de volta. Entre os aparelhos mais fáceis de serem devolvidos estão os celulares.
A Nokia Brasil, por exemplo, disponibiliza em seu site uma relação por estados de postos de coletas. De acordo com o site são 5.000 postos em todo o mundo e em São Paulo constam quatro pontos de recebimento. Ainda segundo a Nokia, 80% do celular é reciclável. As operadoras de celular Claro, TIM e Vivo também disponibilizam em seus sites relações de postos de coletas.

Foto: Sabrina Marques - Por falta de informação, monitores substituídos por novos modelos ainda têm o destino incerto
O perigo
Os equipamentos eletrônicos possuem substâncias tóxicas como chumbo, arsênio, cobre, mercúrio e muitos outros que são altamente prejudiciais à saúde humana. E alguns aparelhos, além disso, usam o PVC, material que demora séculos para se decompor no meio ambiente.
Isso tudo em contato com o ar, águas e solo, contaminam o meio ambiente provocando danos irreparáveis. Veja uma lista de males que essas substâncias provocam nos humanos:
Chumbo: o elemento químico mais perigoso; acumula-se nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, fígado e rins; causa dores de cabeça e anemia, mesmo em baixas concentrações; age no sistema nervoso, renal e hepático.
Arsênio: acumula-se nos rins, fígado, sistema gastrointestinal, baço, pulmões, ossos e unhas; pode provocar câncer da pele e dos pulmões, anormalidades cromossômicas; tem efeito teratogênicos.
Cobre – causa intoxicações; afeta o fígado.
Mercúrio – altamente tóxico, concentrações entre 3 g e 30 g podem ser fatais ao homem; é de fácil absorção por via cutânea e pulmonar; tem efeito acumulativo; provoca lesões no cérebro; tem ação teratogênica - malformação de fetos durante a gravidez.
Reciclando atitudes
Maria Eunice Alves Rodrigues, 46, é fanática por novos aparelhos de celular. No último ano já trocou cerca de seis vezes de modelo. Segundo ela, é o avanço da tecnologia que faz com mude tanto assim: “Vejo um aparelho novo e logo me interesso, claro, conforme minhas condições financeiras".
Afirma que antes não tinha preocupação em saber para onde ia o aparelho que ela trocava. “Depois que eu vi na TV campanhas que mostraram como descartar esse tipo de aparelho hoje sou mais consciente”. E complementa: “Aqueles celulares que eu não vendia porque tinham quebrado ou coisa parecida e que iam para o lixo normal agora terão outro destino”. Ela se referiu à campanha do mutirão do lixo eletrônico promovido ano passado pela Secretaria do Meio Ambiente com parceria da CETESB em que foram arrecadadas pilhas, baterias, celulares, computadores, lâmpadas fluorescentes e outros equipamentos eletrônicos em desuso.
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