Desemprego leva pessoas a buscarem outras formas de ganhar dinheiro
Por Wagner Vieira
A última pesquisa mensal do emprego realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com referência do mês de fevereiro deste ano, revela que o número de pessoas desocupadas na região metropolitana de São Paulo chega ao total 981 mil. Diante desta realidade, a saída para algumas pessoas enfrentarem as dificuldades do desemprego é o setor informal (link com a matéria Interdependencia), ou seja, atividade autônoma que ameniza uma situação delicada de um desempregado, mas que conseqüentemente traz prejuízos ao país.
Por Wagner Vieira
A última pesquisa mensal do emprego realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com referência do mês de fevereiro deste ano, revela que o número de pessoas desocupadas na região metropolitana de São Paulo chega ao total 981 mil. Diante desta realidade, a saída para algumas pessoas enfrentarem as dificuldades do desemprego é o setor informal (link com a matéria Interdependencia), ou seja, atividade autônoma que ameniza uma situação delicada de um desempregado, mas que conseqüentemente traz prejuízos ao país.

Os centros comerciais da cidade de São Paulo, como o Largo Treze, em Santo Amaro, por exemplo, são reflexos dos altos índices de desemprego ao longo dos anos. A grande quantidade de pessoas que trabalham em barracas, ou as que estendem uma simples lona no chão para expor seus produtos nas calçadas do bairro, revelam que prefeririam trabalhar com carteira assinada, mas pela dificuldade de encontrar um emprego são levados a fazerem por si só a sua renda mensal.
Imagem: Largo 13
Nesta região encontram-se pessoas que vendem desde lanche, milho assado, roupas, produtos de beleza, CDs e DVDs até aos diversos e sofisticados aparelhos digitais. Esses trabalhadores autônomos, fazem desta informalidade uma nova profissão difícil de ser largada, não pela importância financeira que ela representa, mas sim devido à necessidade de conquistar o pão de cada dia. É o que relata o vendedor de roupas Henrique Medeiros Coimbra, 35, desempregado há cinco anos. Ele diz que quem inicia algum tipo emprego informal, devido à falta de um trabalho formal, em centros como o de Santo Amaro, dificilmente arranja outro emprego, por conseqüência do tempo de inatividade perante o mercado. A feira livre, características dos bairros residenciais de São Paulo é uma das principais fontes de abastecimento de verduras e frutas para a população da capital, e também “emprega” pessoas inseridas nesse contexto. O feirante José Raimundo, 45, há 15 anos em feiras da cidade, diz que conquistou muitas coisas na vida por intermédio deste trabalho, mas que o maior problema é a dificuldade para se aposentar posteriormente, além da falta de férias e outros benefícios.
Outras profissões temporárias utilizadas com o intuito de driblar o desemprego e complementar a renda familiar como vendedores de porta em porta, vendedores de todos os tipos de doces, além das donas de casa que vendem produtos de beleza das diversas revistas do ramo, são ações auferidas pelas pessoas para proporcionar a suas famílias ao menos o alimento diário. Junto com a coragem de sair à rua para ganhar dinheiro de maneira informal, vêm também o medo de ser pego (no caso de produtos pirateados), pela fiscalização vigente referente à venda de produtos ilegais. Esse não é o caso do José Pereira, 39, vendedor de milho, que trabalha em frente a Unidade Marajoara da Universidade Estácio Uniradial - zona sul de São Paulo- mesmo quando questionado sobre o porquê trabalhar informalmente, ele diz com receio ser devido o desemprego e não quis responder outras questões envolvendo o assunto. De qualquer maneira a conseqüência do trabalho informal traz prejuízos para o país, pois a maioria dos produtos comercializados pelos ambulantes, é de forma pirateada, ou seja, cópias de materiais originais vendidas livremente levam a uma menor arrecadação de impostos por parte governo. Segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), a nível Brasil, as empresas deixam de arrecadar R$350 bilhões por ano, aos cofres públicos o prejuízo é de R$90 bilhões anuais e nada menos que 5 milhões de empregos deixam de ser gerados.
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