sexta-feira, 8 de maio de 2009

Novas regras do judô criam polêmicas

Com a extinção de alguns golpes e pontuações em torneios internacionais, a CBJ definirá quem terá oportunidades para viajar em competições
Por Rafael Queiros
Foto: Rafael Queiros

Henrique comenta sobre as novas regras do judô

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou em janeiro as novas regras de classificação para as competições dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, determinada pela Federação Internacional de Judô (FIJ).

A corrida pelas vagas começou no dia 1º de janeiro. Antes era iniciada dois anos antes dos jogos. Além disso, o judoca agora conquista para si o direito de disputar o torneio. Antigamente assegurava a vaga para seu país, e a entidade nacional que comandava o esporte definia o titular, no entanto, acabaram sendo mudadas pela FIJ. Foi esse processo de escolha da CBJ para Pequim em 2008 que gerou uma série de polêmicas. Critérios não ficaram claros, e formatos foram alterados durante as seletivas, gerando insatisfação nos competidores, entre eles Tiago Camilo, campeão mundial de 2007 e bronze na China.
Agora, mesmo com a mudança da classificação, a CBJ ainda terá influência. Como a definição das vagas será feita pelo ranking, quem figurar mais vezes na seleção, viajar e competir terá mais chances.

Segundo o técnico brasileiro, ex-judoca e bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, Henrique Guimarães, estas mudanças de classificação podem prejudicar o condicionamento físico do atleta. “A condição de cada atleta depende muito de investimentos em dinheiro. Às vezes o competidor pode ter bom desempenho físico, mas não tem condições financeiras de se manter para as competições”.

Ainda segundo Henrique. “O Brasil usa o confronto direto, no qual o atleta deve ir aos lugares lutar, competir, treinar e almejar um resultado direto de classificação, caso contrário é eliminado do torneio. Diferente de outros países que usam sistemas de estatísticas, contendo o perfil de cada jogador para todas as modalidades. O atleta poderia perder do adversário, mas ele internacionalmente não teria bons resultados no alto rendimento”.



Segundo a CBJ, também não poderá haver mais de um atleta por país em cada categoria. Se dois ou mais brasileiros estiverem bem ranqueados, caberá a ela definir quem vai à Olimpíada.

A Confederação Brasileira ainda anuncia que o efeito das experiências no ranqueamento dos brasileiros deve ser minimizado, em parte, pelo peso dado às pontuações. No ranking de 2012, os pontos obtidos no primeiro ano valerão 25% (quem marcou 100, por exemplo, terá só 25 computados), os do segundo ano, 50%, os do terceiro, 75%, e os do último ano terão peso integral.

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