Por Nailton Moraes
Foto: Nailton Moraes
Visão geral da Academia VIP
No verão o número de matrículas em academias cresce em torno de 70%. Só na capital de São Paulo são mais de mil e quinhentas unidades, e grande parte desse número funciona com irregularidades como: equipamentos desregulados, instrutores sem formação, revenda de substâncias químicas e complementos alimentares sem a devida orientação médica. A extensão no seguimento é gerada pelos “falsos atletas” que não se preocupam com a saúde, mas são doentes pela estética. No mês que antecede o verão, para estarem mais magros ou musculosos, eles se matriculam em qualquer tipo de academia, desde que essa ofereça algum tipo de resultado.
Anabolizantes
Geralmente os falsos atletas utilizam substancias químicas (anabolizantes) com o intuito de um rápido avanço na estrutura corporal. Diferente dos estabelecimentos credenciados, as academias consideradas no termo popular como fundo de quintal ou boca de porco, repassam essas substâncias a alunos visando altos lucros, pois, uma vez que ingerida a droga, é suficiente para dependência. Os anabolizantes aumentam todos os órgãos formados por músculos, os efeitos colaterais mais comuns são: diarréias, queda de cabelo, depressão e agressividade; causam doenças cardiovasculares, câncer de próstata e a intervenção do uso pode levar o usuário a óbito.
Segundo Nino Ramos, 37 anos, professor técnico da Nabba-Brasil Federação Brasileira de Musculação, é comum o uso de Durabolim, Durateston, Hemoginim, Deca, hormônio com insulina e até mesmo anticoncepcionais. “O uso de anabolizantes por homens causam queda de pelos e impotência sexual, as mulheres ganham pelos no peito e voz masculina. É uma metamorfose louca”, disse.
Ramos revela ainda que essas substâncias são encontradas facilmente em farmácias, pet-shops e lojas de suplementos alimentares. Normalmente a procura de anabolizantes é feita por adolescentes de 13 a 17 anos. “A primeira coisa que jovens nessa idade procuram quando chegam aqui é saber qual o tipo de anabolizante que deve tomar para desenvolvimento corporal, da massa muscular. Só que aqui são dispensados mesmo que já tenham efetuado matricula! A orientação que a gente passa é que o aluno pratique esporte sem o uso dessas substâncias artificiais que irá viciá-lo e num futuro bem próximo levá-lo a morte”, disse Nino, num tom de alerta para os responsáveis por esses menores.
Foto: Naliton Moraes
Alex Kai, formado em Educação Física
Luiz Alex Kai, 34 anos, instrutor da Academia VIP, graduado em Educação Física e pós graduado em Atividades aquáticas, diz que a partir dos 7 anos a criança já pode iniciar atividades em academias, ou seja , um treinamento de força de acordo com o próprio peso corporal e desde que essa academia seja legalizada pelo Conselho Regional de Educação Física. “Em uma academia não credenciada alunos correm riscos, pois é onde existem equipamentos desregulados, não trabalham com instrutores qualificados e é comum a indicação para o uso de substancias químicas”, disse.
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