Por Maurício Bernardo
Fotos: Maurício Bernardo
Em baixo de um viaduto da região central de São Paulo, um ex-boxeador ensina, treina e abriga pessoas que não têm condições de ter uma formação de qualidade. Foi com o desejo de diminuir as diferenças entre as pessoas e com olhar ao próximo que nasceu o Projeto Cora Garrido.
A idéia nasceu em 2005, quando Nilson Garrido que trabalhava de segurança no vale do Anhangabaú, convidou então a senhora Cora Garrido para montar ali uma estrutura oficial e dar assistência a essas pessoas, passar um pouco das suas experiências de vida, preparando-os para o convívio social. Montou-se um ringue, e começou atender crianças que ali freqüentavam.
Garrido chegou a ser preso, e por esse motivo o então secretario geral da prefeitura, Dr. André Matarazzo, ficou sabendo do projeto e disponibilizou o Viaduto do Café para ser a sede da academia. Em 14 de janeiro de 2006 oficialmente ocorreu a inauguração do projeto. Em três meses foram cadastradas 1.800 pessoas consideradas de alto risco social, marginalizadas e abandonadas.
Ao chegarem à academia as pessoas passam por um período de adaptação, aprendem cidadania, consciência social, disciplina, responsabilidade e noções de higiene. O esporte tem papel fundamental, pois com ele os participantes encontram uma forma de voltar para a sociedade.
Garrido é ex-pugilista e procura passar para a juventude os seus conhecimentos e suas experiências no ringue. “O boxe não é para brigar nas ruas, sair dando bordoada em todo mundo”, ressalta Garrido. No projeto há uma biblioteca, equipamentos de academia esportiva, pista de bicicross e televisores. Todos os materiais foram doados por pessoas de boa vontade, porém essas doações chegam em condições precárias e não são suficientes.
Garrido é ex-pugilista e procura passar para a juventude os seus conhecimentos e suas experiências no ringue. “O boxe não é para brigar nas ruas, sair dando bordoada em todo mundo”, ressalta Garrido. No projeto há uma biblioteca, equipamentos de academia esportiva, pista de bicicross e televisores. Todos os materiais foram doados por pessoas de boa vontade, porém essas doações chegam em condições precárias e não são suficientes.
O Projeto Cora Garrido já revelou dois campeões, Fabio Garrido, Campeão Brasileiro e Sul Americano na categoria meio pesado e Tri Campeão Paulista pela FPB - Federação Paulista de Boxe e LPBP - Liga Paulista de Boxe Profissional; e o mineiro Welson Alves de Oliveira, conhecido como Jack Welson, que conquistou o título de Campeão Mercosul da categoria meio médios.
Fábio hoje faz parte do projeto, treinando e preparando os jovens para o futuro no boxe, que já conta com duas promessas para o esporte: é o caso de Rebeca Maria da Silva que gosta de boxe, entrou no projeto e está treinando com afinco e Carlos “Balboa” Miranda, garoto de treze anos que brigou com o pai para poder freqüentar o projeto social.
Firmes nos seus ideais em recuperar, orientar e encaminhar a população carente e esquecida pelas autoridades, Nilson Garrido, considerado como o Louco do Viaduto, Cora Garrido e Fabio Garrido, lutam com garra, usando o esporte como meio de atração e motivação para a inclusão social, oferecendo a ela condições para uma vida íntegra e sem medos.
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