domingo, 3 de maio de 2009

O vinil volta a ser fabricado no Brasil

Por Wagner Bernardes
Fotos e video: Wagner Bernardes

Em outubro de 2008, a Polysom, única fábrica de discos brasileira em atividade na época, localizada em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, fechou suas portas devido à problemas financeiros. O fato levou muitos apreciadores a lamentarem o fim concreto do vinil no Brasil. Mas João Augusto, presidente da gravadora Deckdisc – que possui em seu portfólio artistas como Pitty, Falamansa, Cachorro Grande, Teresa Cristina, Ratos de Porão, entre outros – decidiu assumir as pendências da fábrica e reativá-la no início de 2009, com lançamentos previstos ainda para este semestre. O principal objetivo de João é reduzir o custo do vinil, atualmente em torno de 99 a 160 reais, para o consumidor brasileiro, em virtude das altas taxas de importação (o álbum mais recente do cantor Lenine, Labiata, teve 1000 cópias nesse formato distribuídas num custo aproximado de 150 reais). Além disso, o empresário pretende abastecer o mercado fonográfico na América Latina, com maior ênfase na Argentina, Colômbia e Chile. Otimista e com os pés no chão, Augusto afirmou ao site Veja.com que existe comprador para tudo. “Vinil é a antítese do CD e do MP3 no quesito qualidade sonora, e quem gosta dessa distinção está ávido por novos lançamentos em LP" disse. Recentemente a gravadora Sony/BMG lançou a coleção Meu Primeiro Disco, que inclui clássicos álbuns em versões vinil-CD e encartes especiais. Entre os títulos disponíveis estão: Da Lama ao Caos (1994), de Chico Science & Nação Zumbi e Bala com bala (1973), de João Bosco.

Loucos por vinil chega à sétima edição

A edição 2009 do evento “Loucos por vinil”, que acontece anualmente no município de Embu das Artes, na Grande São Paulo, reuniu centenas de apreciadores dos chamados bolachões e teve como tema a trajetória dos Beatles. A disposição para compra e troca encontravam-se discos com preços que variavam de um a três mil reais, além da apresentação ao vivo de bandas como a Zoom Beatles, um dos mais respeitados grupos cover do quarteto inglês que revolucionou a música pop nos anos 60. O evento tem a organização de Paulo Dud, artista plástico e proprietário do primeiro sebo de Embu, o Good Book. Perguntado sobre o retorno do vinil, Paulo mostrou-se contente com a reativação da fábrica de discos Polysom, no Rio de Janeiro, por meio da iniciativa de seu amigo e empresário João Augusto, e afirmou: “O LP tem público consumidor para voltar às lojas e sobreviver à era digital”.

Acompanhe abaixo a cobertura da sétima edição do “Loucos por vinil”.





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